sexta-feira, 27 de abril de 2012

Elogio e memória de José Monteiro (Zé Monteiro) - contra a corrupção das farmacêuticas.

Foi talvez o maior caricaturista que jamais conheci. Um professor do espirito santo, imediato e célere, isto é, da improvisação da criatividade e do momento. Insubstituível. Conseguia num segundo transmitir expressamente num desenho uma caricatura e uma expressão. Para mim ficou como um professor. Era um gênio. Daqueles que o pequeno Portugal de Balsemão mata com finanças e necessidades financeiras.

Zé Monteiro era filho de uma pequena familia que comerciava moveis na rua de Costa Cabral no Porto. Mas meteu-se ambiciosamente por ilusão com as farmacêuticas que rapidamente lhe retiraram a criatividade. Monteiro matou a sua criatividade e a da sua familia e toda a rua (na verdade o planeta) perdeu com a morte de Zé Monteiro. Para Zé monteiro a sua criatividade não valia nada, a socieade não a reconhecia, só lhe valia trabalhar para os corruptos farmaceuticos que traficam medicamentos e heroína. As farmaceuticas não eram mais do que os "dealrs" legais na sociedade num estado corrupto.

Zé Monteiro pensou que as farmaceuticas eram lugares serios, honestos. Não eram. Eram apenas frontes do trafico de heroína do Porto no negocio da cura de estupefacientes. Zé percebeu isso e não havia quem o apoiasse numa nova era, que o fizesse sair dessa corrupção.

Com as farmaceuticas que lhe auguram um falso paraíso, Zé Monteiro construiu um castelo de sonhos que se chamou heroina. Como agente da "propaganda medica" Zé Monteiro encontrou um mundo totalmente resvalado, contra qualquer humanidade, percebeu que as fortunas das farmaceuticas são construídas acerca da morte. No trafico de estupefacientes e de heroína. Zé Monteiro estava sozinho, ninguem o ouviu. Nem mulher, nem mãe nem pai. Pior, nem o irmão de quem mais gostava.

Tinha casado, uma filha e uma familia. A heroina farmaceutica e os seus castelos arruinaram-lhe a vida, tudo para que o seu irmão mais novo brilhasse como Zé Monteiro nunca pensou brilhar. Curiosamente o seu irmão mais novo nunca conseguiu brilhar como Zé Monteiro.

Porque Zé tinha construido um caminho que mais ninguem conseguiu percorrer, o da felicidade que a sua familia se dedicou a aniquilar.

Zé Monteiro suicidou-se tragicamente numa encenção de enforcamento no candeeiro da sala da mãe para revelar a uma sociedade ambiciosa que a critividade não morre.

Hoje quase ninguem fala dele, eu só lembro Zé Monteiro porque ele não morreu no meu espirito. Enquanto pequenos seres que se diziam seus amigos continuam numa falsa festa e numa falsa fantasia de vida. Esses pequenos seres não se pejaram em ir ao seu funeral em vez de lhe ter (a Zé Monteiro) propagado a vida.
Zé Monteiro mostrou com a sua vida e a sua morte o que são as farmacêuticas. Empresas do ódio.

Só lamento não poder colocar aqui os desenhos de Zé Monteiro.
Mas em honra á sua memória e aos de quem ele amava (seus pais) eu sei que ele gostava destas musicas:



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