segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Musica de downloads

A maior parte da musica que ouço obtenho-a por downloads.
Já não me arrependo dos discos que comprei.
Por isso, isto da Internt é excelente, excepto para o tipo que fazia musica com uma caneta BIC.
É bom para a BIC, mas não era para a musica porque o que ele queria era que a sua caneta BIC não fosse vendida. E não foi. Até se gastar.
Eu explico:
Havia um tipo que fazia uma melodiazitas, punha uns musicozitos, contratava uns designerzitos, tudo isto com uma BIC.
E o publico comprava o producto final. Que era eleborado, desenhado, pela BIC. Nem ele sabia.
Um dia alguem se perguntou "porque raio compro eu sempre estas coisas"? É alguma adicção -leu uns livros de psis - ou apenas um vicio? - os livros de psis não faziam efeito.
E foi investigar.
Mas não encontrava nada, nenhuma resposta satizfatória.
Qual o mistério de todo este sucesso? Era ainda a pergunta. Tudo era demasiado elegante. Profundo ou feito nos braços dos deuses. A seus olhos. Naquela época. 1975.
Um dia, nas suas notas ele não tinha como escrever e pediu uma caneta. Isto aconteceu num bar reles. E um tipo ao seu lado, barbudo - como sempre nestas histórias - mas vestindo Armani que ainda não existia, deu-lhe uma BIC.
Casualmente.
Por acaso.
Infrutiferamente.
Aleatoriamente.
E...como não podia deixar de ser:
Acidentalmente.
Ele não se apercebeu. Da BIC. Da especialidade do instrumento. Mas a partir daí ele obteve respostas. Pela BIC.
Não havia musica nem pautas nem designers. Apenas uma BIC. Que lhe dava respostas. Mas nenhuma cerveja.
Era ele que tinha de dizer:
- Mais uma!
- Igual? Perguntava-se do outro lado do balcão.
- Sim...pode ser. Dizia. Aparetando dominio.
- Est ce q' il y a d'argent?
- Bien sur! Dizia ele. Teso.
E era uma BIC que estava atrás do projecto. E era simultâneamente uma Bic á procura de respostas. E por aí adiante.

Moral da história: Nenhum ser humano bebe mais laranjada ao pequeno-almoço do que um alce. Ou dois. Do outro lado do balcão.
E uma BiC.

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