Parece que 80% das escolas basicas deste pais chumabram no exame de Matematica. O que significa que 20% tiveram "sucesso". Talvez nesses 20% sejam as escolas em que
- Não se ensina o hino da nação;
- Não se promove os nomes de jogadores de futebol
- Não se desautoriza a criatividade
- Não se acredita na educaçao salvifica
- Não se promove a educação salvifica
- Se ensina o significado de 1+1 e não a sua aplicação ou utilidade.
- Se percebeu o que é a metemática enquanto chave do universo
- Não se ensinam ficções religiosas ou sociais.
- Não se promove a Internet como alternativa mas como complemento de qualquer instrumento educativo.
- E se faz isto tudo ao mesmo tempo.
Dou-me conta que parece continuar a haver uma conspiração social na educação.
Há.
Os pobres continuarão mais pobres os ricos mais ricos ("everybody kows", a tempo...). Algumas escolas parecem contrariar isso, porque se formos a ver quais e a quem se destinam os numeros do sucesso esbarram sempre na mesma regra. Claro que com excepções que confirmam a regra. Primeiro é preciso ensinar ás crianças que não é a escola que lhes vai dar futuro. Em tempos funcionou. Agora não. Mas em tempos funcionou porque se era ávido de inovação conhecimento e tecnologia. Agora parece é que o mundo quer voltar ao tribalismo, com as suas claques de futebol e partidos politicos. Voltaram às trevas lentamente. e por decreto.
Os professores que eu conheci não sabiam quem era o Humberto Coelho quando eu torcia pelo Benfica. Hoje os professores não só sabem os nomes dos jogadores de futebol - porque até são bombardeados pelos media - como acham que devem ensinar os nomes dos jogadores da selecção num bravo rasgo sentimetalismo de glorificaçao da nação. À alemão.
A ideia da educação que seria fomentar a criatividade dos pupilos perdeu-se no autoritarismo, que caiu na desautorização. Em vez de verem das crianças como potencias do que lá vai sair vem-nos como baus onde podem guardar as suas ficções. Estes são os professores. Eu tambem andei lá e constatei estas ficções. para alem de que os professores já não querem contariar uma
classe risivel a que se chama "comissão de pais", onde estes não raramente exigem que se ensine as ficções que os pais deles lhes ensinaram. Os professores dizem que "como são de pais" embarcam na miserável ficção. Resultado parece que apenas 20% dos portugueses é que só acreditam em si mesmos. E 20% dos pais confiam em 20% dos professores. e só 20% dos professores de matemática existem.
Reparem que o sucesso escolar nunca é garantido. Porque a linguagem do "sucesso" é apanagio de uma pequena classe social, normalmente a mais cega. Porque não há tal coisa chamada sucesso - a não (anão?) ser como a sucessão de acontecimentos.
Há? Pensem outra vez.
Digam-me uma pessoa bem sucedida na vida.
Digam-me uma pessoa bem fracassada na vida.
Um professor é aquele que ensina o seu aluno a descobrir-se, em primeiro lugar, e depois o emancipa a descobrir-se por si mesmo. Não é o que quer que reproduza as suas ficções em que se apoiou para a sua propria sobrevivencia. Porque não precisa de sobreviver.
Deixo uma pergunta matemática: 1+1=2. Qual é o significado desta conclusão? E porque não se a ensinam na escola? Porque se querem as criancinhas pragmaticas e cinicas, como máquinas de combate, competitivos, baseados no que está fora?
Porque não perceberam nada.
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