Por vezes dá-me para fazer um zapping pela rádio.
Eu agradecia que as cotas de musica portuguesa desaparecessem. Parece que são as cotas (um não sei quanto de percentagem obrigatória de musica portuguesa que tem de passar nas rádios, para a proteger – mas não, como já provou pela ineficácia e artificialidade, para inspirar a criação livre) que me fazem ouvir musica cota.
Faço uma lista da cotice das cotas, sem ser por ordem, João Pedro Pais, Rui Veloso e Abrunhosa (parecem castigo no que fazem, será que ninguém reparou?) e aquela dos pássaros do sul que eu nunca percebi. Pelo menos evitam o fado. Mais pimba e bandas novas. Aliás a musica nova como dos Terrakota passa muito pouco. Há uma tendência aburguesada para o RAP. Mas tal também não entendo (não tenho nada contra porteiros, brancos, ricos, ou estrelas polares). Há uma série de bandas que só a Internet parece entender e os radialisatas não. Por isso não tenho a rádio ligada mais do que 20 minutos. Exactamente para confirmar que os cotas que impõem cotas querem fazer de mim um cota.
O cota já não investiga já não propõe nem arrisca. O cota pauta-se pelas glórias seguras de um tempo que passou. No máximo Dire Striats e para dar um ar degradé Nick Cave, mas só se estiver para aí. O cota é um tipo seguro. De si, do que passou. Normalmente até tem convicções, e tudo.
Xutos & pontapés para dar um ar de graça, Jamiroquai para dar um tom “saio-á-noite”, e de vez em quando uma novidade: os Clash! Nada mau.
Lamento rádio, já foi tempo..
Agora a musica é na Internet.
P.S. António Sérgio continua com “As horas” a fazer divulgação de música na Rádio Comercial entre a 1 e as 3 da manhã. Divulgação de musica, não impôr gostos ou gerações, ou modelos de vida. Um gosto eclético e um verdadeiro prazer em descobrir musica nova e novas referencias musicais.. Ou o gosto de estar vivo. Através da musica.
Mas se calhar é apenas a rádio que se houve por aqui, arredores do Porto. Mea Culpa! De não haver culpa nenhuma.
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