Escreveu os livros mais brilhantes que li até hoje.
Tenho 10. Mas há mais.
Não têm a veleidade da literatura, da ficção, história. Não tem um unico conceito filosófico ou moral. Um unico mito. Uma personagem.
Coisa rara? Em literatura é. Muito rara. Por isso, estes livros hão-de perdurar, porque foram feitos para o futuro.
Não precisou de criar personagens grotescas. Bastou ser quem é, expondo-se. Não precisou de ocultar o seu passado, ele está ali como um instrumento. Quantos de nós usam o passado como instrumento? "Para que serviu o meu passado?"
Neal Donald Walsh escreveu cerca de seis best-sellers, citados em numero um no New York Times (mas sem uma unica critica ou recenção aos seus livros, não se conhece depois de anos de publicação uma unica critica).
Neal Donald Walsh escreveu as Conversas com Deus (1, 2, e 3) e depois, outras obras primas da humanidade como Comunhão com Deus e Amizade com Deus. Principalmente Amizade com Deus, realmente o unico documento que supera a biblia.
Aliás a biblia é exposta como criação de interesses humanos, interesses sociais, particulares patriarcais e matriarcais. De elites e de medo. A biblia não é mais do que um documento de homens, não de deus. Mas há lá coisas de deus. Se se perdoar aos homens. E por não haver perdão.
Cristo é exposto como ser imperfeito, mas o unico que (coisa que nenhum "papa" soube dizer) disse aos homens: vós sois deuses. o que significa apenas isto: Vocês estão a criar a vossa propria realidade. Nenhum papa que se diz descendente de Cristo, devolveu a dignidade aos homens, nenhum deles disse: "Vós sois deuses". Toda a igreja instituida só se quis alimentar dos homens e das mulheres. Dos seus medos e receios, instituiu a culpa (minha culpa, minha tão grande culpa???) , a vergonha, o medo (eu não sou digno...).
Porquê? Porque a igreja instituida não é verdade enquanto auto-adquirida descedencia de Cristo ou de Deus. É apenas mais uma das realidades.
Não é preciso ser sociologo para conhecer esta realidade: a de que não existem escravos. ou qualquer pirâmide social, apenas criadores. Criadores de realidade, coisa que as politicas instituidas nunca souberam lidar a não ser com moral (armada) e convenções sociais.
Nestes tempos em que a sociologia (por ser academica) está em crise, o esoterismo entrou em ascenção (por não ser académico) - um processo natural que rivaliza entre instituto e amor. Segurança e liberdade. A academia deixou de ser livre.
Neal Donald Walsh é o unico "falador" de deus que conheço que se expressa invulgarmente como uma pessoa comum. Isto é, com humor.
Tem graça mesmo quando as resistências não o reconhecem. Mostra aquilo que todos sabemos e já o dissemos algures, a amigos, familiares ou em privado, no intimo, que é a mesma coisa das anteriores.
Mais, repõe verdades revolucionárias sob o principio: "até as pedras estão em mudança".
Em tempos de adulação ao Saramago e de geração. Neal é uma lufada de ar fresco. Aquilo que não foi permitido a Beckett e que Ionesco quase conseguiu. Beckett é toda a podridão. Literalmente. A antítese deste Neal. Por isso tenho para mim: Beckett & Neal. Tudo o resto é menor. Digno, mas menor.
Neal Donald Walsh escreveu o que queriamos ler. Não escrevu o que queria ler. Não ficou no conforto. Não se "pensou" como literato, culto ou bem aventurado. Muito menos genial. nem se deixou bloquear pela manipuladora adulação ou insulto.
Existiu, viveu, e com issso foi ao seu intimo, sem exercer um unico juizo, com a ajuda do seu melhor amigo, Deus.
Beckett teve que renegar os seus inimigos e relegá-los ao minimo: a um resto (em "O inominável").
Para quem gosta de ler e não quer ser salvo, curado, ou, pior, santificado: Beckett & Neal.
Para quem quer apenas constatar um milagre: Neal.
Sei que em Portugal os livros de Neal Donald Walsh não passaram despercebidos do publico, principalmente e exactamente aquele a quem os livros se dirigiam (coisa que a critica nunca detecta, a quem se dirigem os livros). Foi um sucesso de vendas mas isso nem sequer interessa. Quem leu sabe que não interessa.
Agora encontrei Neal Donald Walsh no YouTube em passagens brilhantes, silenciosas e humoristicas, populares e quase solipsistas. Beckett não conseguiu tal, mas fez a sua parte.
Para quem não conhece Neal D. Walsh não lhe ligue, este post é só para quem já o conhece.
A não ser que esteja preparado.
Tenha crescido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário