Eu continuo a observar a sociedade portuguesa no seu quotidiano.
Não a abservo na propaganda mediática, ou politica. O que observo é como a sociedade é afectada e recriada pelo seu próprio quotidiano.
Admito que se a palavra "crise" é insistentemente repetida nos media, estes mais tarde ou mais cedo acabam por perder a sua auto-estima e confirmar a guerra alheia a que se chama propaganda. Foi que se passou em 1939 e 1940 mesmo entre os próprios alemães.
O quotidiano dos portugueses é riquissimo cheio de interacções, que o estado por uma premissa de control e de manipulação social quer cantonar a uma crise que não é mais do que uma crise de avaliação, uma crise de competências, uma crise de estilo de vida mas uma crise nas teorias económicas obviamente em falência.
Só para lhe dar um exemplo, vivo ao lado de um agricultor que me disse que neste ano nunca produziu tanto na sua vida - de 70 anos - porque o ano foi tão bom em termos climatéricos como nunca.
A economia contabiliza isto? Não. A economia contabiliza transacções artificiais a que chamamos financeiras e necessidades a que chamamos comércio.
Não se esqueça a quantidade de alimentos que são deitados fora todos os dias por produtores, distribuidores, comerciantes e consumidores que davam para alimentar qualquer país esfomeado.
Isto é demagogia, populismo?
É?
As teorias economicistas não têm em conta as dadivas da natureza?
São feias contas feitas para justificar curriculos pessoais de artistas economicos e politicos desajeitados como se fossem amantes necessário?.
A crise a que hoje se chama financeira é apenas mais uma crise.
Desde que nasci e desde que falo com o meu pai e o meu avô - ambos com passados publicos e politicos - sempre me disseram que o termo "crise" apareceu nas sociedades, para mediatizar - controlar - a criatividade e inculcar o medo ás classes mais ousadas, para que estas não concorram com o estabelecido.
Eu não tenho medo da crise.
Só tenho medo do medo.
Mas verifico que á custa do termo crise, vizinhos meus que eram simpáticos começam a negar simpatia e separarem-se em prol de um negrume que não sabem mais controlar.
Afinal esta "crise" tem uma coisa boa, espevitou os portugueses, pô-los a pensar outra vez.
Acerca de quem realmente são os seus governantes e do que realmente significa ter poder.
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