sexta-feira, 20 de julho de 2007

EDUARDO MADEIRA, quase.

Apareceu no "Sempre em pé". E no "Levanta-te e ri". Apareceu noutros lugares insuspeitos, creio. Mas o homem está mais maduro no "Sempre em pé". Talvez por a audiência ser menor. Herman José cuida-te, tens concorrência á justa.
Eduardo Madeira é o entertainer português mais sólido que eu conheci nos ultimos anos, e falo de trinta. Qual Herman? Qual Solnado? Qual GNR? Qual outros? Quais? Qual Garfield...esse não.
Pelo menos é o único que ainda me faz rir com um humor leve e previsivel - a essência do humor.
Não é nenhum careca desesperado tipo Larry, ou boçal ambicioso tipo Fernando, ou paternalizado tipo Seinfeld, não é o génio Woody Allen, mas não é o repesqueiro Herman. Não é o timido. Não é o presunçoso.
É o Eduardo Madeira, um génio do enterteinment que quase canta e quase diz piadas. Quase mata. Ou seja , "quase" é triste. Tal, quase, como Ricky Gervais. O humor da tristeza. Sem o sorriso parvo dos das Producções Ficticias e os seus truques semânticos.. É sempre quase. Nunca é completo porque percebeu que a criação nunca está completa. Em tudo o que se faz é sempre "quase". Os tolos criativos que nunca perceberam isso é porque foram sempre tolos e nunca criativos. Edurado Madeira não nunca foi tolo. Pelo memos pelo curso de Direito parece ter sido sempre criativo.
Sempre "quase" é a sua essência. Aquele que podia ser cantor, aquele que podia ser humorista, Aquele que podia ser advogado, ou limpa-chaminés. Ou pai de si mesmo. Esse é o seu humor. O "ser-quase" mas não completo. Perfeito na imperfeição. Porque ainda tem muito para dar. Para criar, para continuar. Para, como dizia Beckett, recomeçar. Recomeçar sempre.
Brilhante.

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