quinta-feira, 22 de julho de 2010

Elogio do tabaco

Sempre fumei. Na minha familia sempre se fumou. E embora eu não pertença a nenhuma tribo não respeito mais os fumadores do que os não fumadores.
Mas de repente criou-se uma tribo, as dos "não-fumadores", repare-se na negatividade dos "não".
Fumar ou não fumar é uma questão de decisão individual. E na verdade encontrei mais responsabilidade individual nos fumadores do que nos não fumadores, estes mais habituados a serem seres reactivos ao prazer alheio e a obedecerem á normatividade social.
Fumar não é uma crença. Fumar não é nada.
Hoje persegue-se o tabaco em esquinas cafés e pubs, mas a Siderugia da Maia que polui mais do que a população portuguesa se fosse toda fumadora continua ilegal e a ASAE só persegue os que não são multiempresarias.
Um BMW de ultima gerção polui mais do que 15.000 fumadores mas é considerado uma automóvel não poluente.
A diferença é que o fumador inala para si mesmo, o BMW e a Siderugia poluem para a comunidade.
Mas perseguir aquele que inala para si mesmo, decidiu arbitrariamente o Estado, é mais prejudicial para a saúde.
Hoje ouço gurus como wayne Dyer serem contra o tabaco mas elogia o automóvel e a sociedade poetica que mata animais.
Ouço Deepak Chopra dizer que a especie humana mata animais mas escreve poesia. Eu preferia que a especia humana escrevesse animais e matasse poesia.
Fumar não é um vicio. Como comer não é um vicio. Nem respirar é um vicio. Ler não é um vicio. Respirar não é um vicio. Tal coisa a que chamam vicio não existe, é apenas um juízo de qualquer uma normatividade arbitraria e autoritária.
Tentem só respirar durante toda a vida. Sem comer. Sem ler. Sem qualquer outra actividade. Já se fez isso, em Aushwitz, e não resultou, mas não se sabe bem porquê. Pois não?
Fumo, mas não elogio os fumadores e desprezo os perseguidores do que quer que seja.
Aqui há uns dias entrei num café arejado, amplo com duas portas as da frente e as de trás abertas com uma aragem rara e acendi um cigarro e pedi uma cerveja. Curioso, o dono do café não me disse nada, mas houve uma daquelas pederastas gajitas perseguidoras que me disse que não era permitido fumar em cafés, eu perguntei porquê, ela com aquele olhar senil e morto disse-me que era a "lei" - tal coisa dá-me choros de riso. Eu só para para não criar problemas locais apaguei o cigarro.
A pederasta despareceu, presumo que para o balde de onde tinha saído. Não fiquei sem o meu cigarro, nem o dono do café fez qualquer comentário.
Apenas olho que uma sociedade que tinha velos de emancipação decidiu apoiar quem não tem valor e fomentar a pederastia e a persegição social.
Continuo a fumar.
Persigam-me, pois eu sou o caminho e a vida.

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