quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O olho oculto da Lei "cega"

Só há lei "cega" quando os agentes que aplicam a lei se tornam cegos, quando querem negar o que toda a gente vê.
Ver o que mais ninguém vê é a unica faculdade da vida e dos vivos.
Por isso todos os profissionais de lei se tornaram cegos.
Porque um dia alguém os/as sodomizou.
Mas ninguém tem de os aturar.

Porque esta "lei" não resume a sociedade, mas apenas interesses classistas e sociais muito particulares, de condenação interclassista. A necessidade de ter razão, de pertencer a uma tribo.
E quando as tribos se vêmm em aflicção começam a colocar rótulos, para negarem a evidencia e se agarrarem ao tradicional conforto mental.
"Lei cega" refere-se apenas á própria lei impune, que, essa sim é cega.
Cegueira na lei não obedece a uma abstracção ausente ou distante, mas a interesses sociais e humanos muito concretos, a interesses de grémio e corporativistas muito claros e óbvios.
Porque a "cegueira" é evidentemente variável na aplicação da lei.
Não existe tal coisa chamada cegueira, isso é apanágio da subtil violência social que quer substituir a lei natural pela lei dos intreresses sociais particulares, em que uns têm mais direito á sobrevivência do que outros.
Aquilo a que se chama cegueira é o resultado da ilusão da superioridade e da inferioridade.
O resultado de uma ilusão de separação que governos e religiões tanto insistem em legitimar e propagar numa cultura ainda primitiva e atávica. Para incitarem ao clientelismo, religioso economico e governamental, a que os portugueses "com justiça cega" tanto acorrem.
Não existe nenhuma cegueira, nem sequer fisica.
Cristo sabe isso, e porque todo o ser vivo é Cristo, todo o ser vivo sabe isso. A cegueira é apenas um interesse particular, um interesse tribal, não passa disso.
A lei dos homens não é cega.
A cegueira está nos homens e mulheres interesseiros que trabalham para a lei. É a aplicação variável da lei, sem compaixão nem compreensão.
Para um pequeno furto, um menor deliquente é condenado a ano e meio de prisão, mas uma fábrica que destrói todo um ecossistema e arruina uma pequena produção da população local - como aconteceu em Sto. Tirso, Maia, Guimarães, Famalicão e Leiria - saem impunes ou sem qualquer condenção.
Skinheads que mataram um português são condenados a ano e meio de pena suspensa na Alemanha.
Uma dúbia prova de violação de menor dá a Carlos Cruz uma pena de sete anos e meio.
Estacionar um carro em cima da passadeira em Vila do Conde dá violência policial e detenção.
Agentes da GNR que traficam estupefacientes no Algarve são condenados a três anos de pena suspensa.
A "lei é cega" não pela sua falta de coerência, mas pelo evidente trafego social que o exercicio da lei "cega" promulga.
A lei não é cega. Isso é um mito dos que se querem ver desresponsabilizados pela sua ausencia de vocação. E se querem rir dos outros porque não suportam rir-se de si mesmos, nem suportam saber que os outros se riem deles.
É obvio que a "lei é cega" porque os seus agentes se tornaram cegos, mas pelo seu lado negativo, não pela ausencia de responsabilidade que os actores legislativos sempre requerem ter.
Estimo que um dia voltaremos enquanto sociedade á lei natural, em que não haverá nem mais culpa nem mais vergonha, nem familia de sangue nem tribalismo, nem pedido de desculpas, nem agradecimentos.
Nesse dia, não haverá mais tiranos.
Apenas reconhecimento e responsabilidade individual. Evolução rápida.
A maior parte da juventude vai para cursos de direito por status social e para agradar aos papás, por um carreirismo que - mais tarde ou mais cedo - se vira contra si próprio.
Isto acontece porque a sociedade é culturalmente insultada pela religião e pelos governos e pela politica partidária e universitária. Insultada a dividir-se e a definir-se - não por mera opção mas por obrigação - como classe ou ideologia.

Mas não são apenas as religiões e os governos responsáveis por isto. Os mitos culturais incitados pelas universidades e pela sua propaganda subrepticia favorecem o mesmo esquema de dominação.
Isto porque temos um excesso de licenciados em direito, um curso que custa muito pouco ás universidades mas que lhes gera muitos recursos.
O melhor professor que eu conheci - e que me deu negativa - foi um professor que foi contra a liberalização dos cursos de direito precisamente por estas premissas: defendia um limite de licenciados em direito em 20 % do actual exactamente por questões de qualidade e eficácia.
Foi expulso pelas melhores universidades de Direito do país onde leccionou e nunca deixou de lutar contra o "negócio da Lei", onde as universidades criam falsas vitimas para adquirirem mais vilões que os seus pais e país vão pagar, para se criar uma falsa sociedade de vitimas e vilões, e onde os mais hábeis saem impunes num esquema de caos legislativo.

A sociedade portuguesa é falsa.
É muito falsa.
É atávica, folclorica e paralisada.
Porque obedece aos critérios das religiões dominantes; a cultura portuguesa condena facilmente porque obedece aos critérios de uma religião que diz que há um deus condenável e condenatório, um deus juíz, um juízo final, tudo mitos folclóricos da paralisia humana e da escravatura.
E os portugueses á semelhança de um deus sem amor nem perdão condenam-se uns aos outros sem cessar, porque se vêm separados uns dos outros, ideologia essa propagada pelos media, religiões politica e cultura dominantes.

Ter conhecimento da lei devia ser uma faculdade que o estado deveria promulgar a todos os cidadãos.
E ter conhecimento da lei não é o mesmo que ser profissional da lei.
Por exemplo, em qualquer referendo os governos escusam-se a transmitir informação mas apenas propaganda que fazem com que o cidadão comum vote apenas num produto de mercado, não na sua própria perspectiva.
A lei em Portugal é atrasada, porque temos portugueses atrasados a exercerem a lei. São atrasados porque têm interesses, ou são policias ou interesseiros.
Os portugueses obedecem á cultura da separação que a religião católica e classista promove quer atra´ves da politica quer através da cultura.
Porque a religião Católica não compreende deus não deixa que deus compreenda os portugueses.

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